39 BIOPLÁSTICOS por alterações legislativas e pela pressão dos consumidores, revitalizou o setor. A adoção de medidas como a proibição dos plásticos de utilização única na China e os compromissos de descarbonização assumidos na COP28 incentivaram as marcas de todo o mundo a procurar alternativas sustentáveis. Esta dinâmica encorajou a expansão das capacidades de produção de bioplásticos e promoveu parcerias estratégicas entre fabricantes e grandes marcas. INOVAÇÕES E DESAFIOS NA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS O desenvolvimento de materiais alternativos, conhecidos como drop-ins, permite que os fabricantes integrem polímeros de base biológica sem terem de alterar completamente os seus processos industriais. Isto facilita a transição para materiais mais sustentáveis, permitindo a utilização de infraestruturas existentes, como os fluxos de reciclagem bem estabelecidos. No entanto, a indústria enfrenta obstáculos significativos: • Processabilidade e reciclagem: o PLA, um dos bioplásticos mais produzidos, requer infraestruturas especializadas para a reciclagem, o que limita a sua adoção em massa. Além disso, a sua compostagem industrial não acrescenta um valor significativo ao composto resultante. • Produção de bio-nafta: Embora seja fundamental para a produção de poliolefinas de base biológica, como o PP e o PE, a sua síntese é dispendiosa e ineficaz, competindo com outras aplicações, como os biocombustíveis. • Aplicações limitadas: Alguns bioplásticos mais recentes, ainda em fase piloto, precisam de aumentar as suas utilizações para estimular a procura e justificar o investimento no seu desenvolvimento. REGULAMENTAÇÃO E RESPETIVO IMPACTO NO MERCADO GLOBAL As regulamentações em todo o mundo estão a transformar o panorama do mercado. A China está a liderar o caminho com medidas restritivas sobre os plásticos de uso único, incentivando a proliferação de fábricas que produzem PLA e outros bioplásticos biodegradáveis. Noutras regiões, está a começar a ser implementada legislação semelhante, promovendo a sustentabilidade e consolidando o crescimento da indústria. À medida que a tecnologia avança, que os custos de produção diminuem e que os consumidores se mostram mais dispostos a pagar um valor mais elevado por produtos sustentáveis, os bioplásticos posicionam-se como uma alternativa cada vez mais competitiva aos plásticos convencionais. O FUTURO DOS BIOPLÁSTICOS NA ECONOMIA CIRCULAR O relatório da IDTechEx analisa o mercado dos bioplásticos em profundidade, segmentando-o por tipo de polímero e projetando uma evolução a 10 anos. O documento conclui que estes materiais vão desempenhar um papel crucial em setores-chave como o das embalagens, automóvel, têxtil e bens de consumo. A resolução dos desafios técnicos e económicos, bem como a promoção da colaboração entre governos, fabricantes e consumidores, será fundamental para o sucesso desta transição. A integração dos bioplásticos na economia circular promete não só atenuar os impactos ambientais da indústria dos plásticos, mas também abrir novas oportunidades para a inovação sustentável. n
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