Folhadela Rebelo, Lda.
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Relatório de Oliver Wyman 'The future structure of the automotive industry - FAST 2030'.

A indústria automóvel vai mudar mais nos próximos cinco anos do que nos últimos 50

Redação12/04/2019
A indústria automóvel está a mudar a um ritmo acelerado. O novo relatório de Oliver Wyman 'The Future Structure of the Automotive Industry - FAST 2030' revela as sete tendências que irão mudar drasticamente o setor até 2030.

Este terceiro relatório, publicado a cada cinco anos em conjunto com a Associação Alemã da Indústria Automóvel (VDA), indica que a criação de valor acrescentado na indústria automóvel mundial deverá aumentar cerca de 30% até 2030, e que a produção global de automóveis crescerá cerca de 30%, até atingir 123 milhões de unidades. A criação de valor define-se como o valor acrescentado por todos os participantes da cadeia de produção, desde fornecedores e fabricantes convencionais até aos novos gigantes tecnológicos, que são os novos fornecedores de serviços de engenharia, software e logística.

Os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) e os fornecedores convencionais devem preparar-se para uma cascata de tecnologias transformadoras e para uma mudança de comportamento do consumidor, que procura cada vez mais uma experiência completa e individualizada. Isto mudará definitivamente a forma como funciona a indústria automóvel. Os fabricantes e fornecedores globais vão enfrentar sete desafios nos próximos anos: veículos conectados, veículos autónomos, mobilidade elétrica, indústria digital, novos canais de distribuição ‘pay-per-use’, uma mudança na estrutura de clientes e a melhoria da interface homem-máquina.

A produção mundial de automóveis crescerá cerca de 30% até alcançar os 123 milhões de unidades. Foto: Fábrica da Seat em Martorell...
A produção mundial de automóveis crescerá cerca de 30% até alcançar os 123 milhões de unidades. Foto: Fábrica da Seat em Martorell.

Novos desafios a enfrentar pelos fabricantes e fornecedores

Assistimos a um novo paradigma na indústria automóvel, a uma mudança na estrutura de clientes. A mudança de um sistema baseado no veículo próprio para um sistema baseado no veículo partilhado, apelidado de ‘Mobility on demand’. Prevê-se que, até 2040, o ‘car sharing’ na Europa aumente em 95%, tanto no sistema de aluguer como nos sistemas a pedido, como a Uber, em comparação com a utilização do veículo próprio, do avião ou do comboio. Nos EUA, essa percentagem chegará a 114%, abaixo dos 358% esperados na China. Ainda assim, prevê-se que o impacto global desta tendência nas vendas de automóveis, em 2025, seja muito limitado, com um decréscimo de 1% nas vendas totais.

Além do ‘car sharing’, assistimos à consolidação da mobilidade elétrica, a primeira grande mudança na indústria automóvel: os veículos tradicionais de combustão interna, os híbridos e os elétricos a bateria, deverão coexistir globalmente até 2030. O relatório prevê um forte aumento na mobilidade elétrica entre 2020 e 2025, devido ao endurecimento da regulamentação referente às emissões de gases, o que deverá resultar num aumento de 60% das vendas de veículos elétricos. A eletrificação da indústria automóvel terá, no entanto, um impacto diferente em cada uma das regiões, até 2030:

  • China: devido à forte regulamentação, um em cada três carros vendidos será totalmente elétrico.
  • África / América do Sul: os veículos elétricos não serão os mais usados.
  • Europa: prevê-se uma quota de 25% de veículos elétricos.
  • Japão / EUA: prevê-se uma proporção relativamente elevada de veículos híbridos (~ 60%).

De acordo com Alejandro Gaffner, sócio de Oliver Wyman em Espanha, “a implementação da mobilidade elétrica virá tanto pela regulação como pela redução do custo das baterias e pela implementação de uma infraestrutura de pontos de recarga suficientemente ampla para responder à procura”.

A condução autónoma está ainda numa fase inicial, mas espera-se que atinja níveis de automatização completos entre 2025 e 2030. De acordo com o relatório, 25% de todos os veículos novos vendidos em 2030 estarão equipados com sistemas de automação parcial; apenas 15% das vendas serão de veículos totalmente autónomos.

Entre 2025 e 2030, os veículos autónomos terão atingido um nível de automatização total...
Entre 2025 e 2030, os veículos autónomos terão atingido um nível de automatização total. Quinze por cento de todas as vendas de veículos novos contarão com esta tecnologia.

Gigantes digitais anunciam a introdução de veículos autónomos no futuro próximo

É provável que a cadeia de valor na condução autónoma passe do fabrico tradicional de automóveis para a introdução de bens e serviços tecnológicos oferecidos pelas empresas de tecnologia e telecomunicações. Neste contexto, a convergência entre indústrias, ou seja, a cooperação bilateral e multilateral entre fabricantes de automóveis e fornecedores não automóveis (gigantes tecnológicos), bem como a cooperação académica com universidades e centros de investigação serão da maior importância. Nas palavras de Joern Buss, sócio de Oliver Wyman e autor do relatório ‘A indústria automóvel enfrenta uma tempestade perfeita entre uma nova tecnologia transformadora e uma mudança no comportamento dos clientes’, "o futuro trará tempos difíceis, que afetarão não só os fabricantes, mas também os fornecedores, muitos dos quais terão de reavaliar as suas atuais estratégias empresariais, a fim de se manterem competitivos no futuro”. Ainda que o crescimento da indústria automóvel mundial se preveja positivo, será acompanhado de importantes mudanças estruturais e de pressões acrescidas sobre os custos, para as quais a indústria não está preparada.

Até 2040, a partilha de automóveis terá crescido 95% na Europa e até 114% nos EUA
Até 2040, a partilha de automóveis terá crescido 95% na Europa e até 114% nos EUA.

China ganha terreno no segmento premium

A criação de valor na indústria automóvel mundial deverá mudar significativamente a favor dos mercados emergentes. De acordo com o estudo, em 2030 a América do Norte, a Europa, o Japão e a Coreia terão perdido 10 pontos percentuais da sua quota de criação de valor para os mercados emergentes. “A China ultrapassará a Europa num período de tempo relativamente curto e assumirá uma posição de liderança na produção”, disse Joern Buss.

A Europa continuará, no entanto, a dominar o segmento premium, mantendo 50% da criação total de valor, mas com a companhia da China, que deverá aumentar a sua presença neste segmento de 13 para 20%.

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