Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa

"Trabalhamos com empresas de todo o mundo, sobretudo com a realização de cursos de formação técnica"

Entrevista com Ángel Lozano, diretor geral do Centro Espanhol de Plásticos

Luísa Santos

12/04/2019

O CEP, Centro Espanhol de Plásticos, é uma das principais entidades espanholas que se ocupam da indústria de plásticos. Além do trabalho que desenvolve enquanto associação, a entidade, que é também o primeiro cluster espanhol de plásticos e compósitos, oferece vários serviços a empresas e profissionais do setor, com o objetivo de contribuir para o conhecimento e estabelecimento de uma cultura responsável na correta utilização dos materiais plásticos. Além disso, apoia as empresas na apresentação de projetos europeus de inovação e oferece uma vasta agenda de cursos de formação abertos a profissionais de todo o mundo, incluindo Portugal. Ángel Lozano, diretor geral do CEP, explica nesta entrevista o que pode esta entidade oferecer aos profissionais da indústria de plásticos portuguesa, porque é que a formação profissional nesta área é tão importante e de que forma vê o futuro desta indústria.

Fale-nos um pouco do Centro Espanhol de Plásticos e da sua história.

O Centro Espanhol de Plásticos (CEP) é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 1953, cuja principal missão é contribuir para o conhecimento e estabelecimento de uma cultura responsável no bom uso dos materiais plásticos.

Além disso, é também o primeiro Cluster Espanhol de Plásticos e Compósitos e uma associação de referência em Espanha, graças às atividades de divulgação, formação e inovação que tem fomentado ao longo da sua história.

Ángel Lozano, diretor geral do Centro Espanhol de Plásticos

Ángel Lozano, diretor geral do Centro Espanhol de Plásticos.

Qual é o papel do CEP na indústria de plásticos?

O CEP representa todas as indústrias que compõem a cadeia de valor do setor do plástico. É uma entidade na vanguarda do serviço à indústria, graças aos programas de formação, seminários e conferências técnicas que organiza, bem como ao seu reconhecido estudo anual do setor, entre muitos outros serviços.

Que tipo de serviços oferecem aos associados?

Os nossos serviços vão desde a formação técnica especializada em plásticos, que é sempre dada por profissionais ativos no setor, até ao aconselhamento técnico às empresas, tanto na melhoria da produção como na aplicação das normas REACH ou BRC, realizando seminários altamente especializados e conferências técnicas internacionais, como a CEP Auto, CEP Composites, CEP Packaging, CEP Innova, CEP Médica, CEP Recicla, ou a mais recente CEP Print3D.

Enquanto cluster, também incentivamos os nossos associados a realizarem projetos de inovação. Organizamos workshops especializados que lhes oferecem a possibilidade de aceder a ajudas estatais e internacionais para o desenvolvimento de projetos inovadores, bem como conhecimentos essenciais para a atualização das suas empresas no âmbito da Indústria 4.0.

Outro serviço muito importante, especialmente no momento atual, é o acesso às ofertas de emprego do setor, através de uma bolsa de emprego ativa, especializada no setor dos plásticos.

Destaca-se ainda a divulgação dos últimos desenvolvimentos técnicos, que fazemos através do nosso site, das várias redes sociais como o LinkedIn e, claro, através da nossa revista CEP Inform e da newsletter mensal.

Alguns dos cursos mais apreciados pelas empresas são os especializados em injeção de plásticos

Alguns dos cursos mais apreciados pelas empresas são os especializados em injeção de plásticos.

O CEP trabalha com empresas portuguesas?

Trabalhamos com empresas de todo o mundo, sobretudo com a realização de cursos de formação técnica. Como referência, temos dado formação a empresas portuguesas, latino-americanas, marroquinas, turcas e alemãs, já que os nossos professores não só têm uma grande preparação técnica, como também falam várias línguas.

Uma vez que já temos algumas empresas portuguesas entre os nossos associados, estamos confiantes que num futuro não muito distante poderemos trabalhar mais assiduamente com todas as empresas deste país.

Para o Centro Espanhol de Plásticos, a formação é um pilar importante nas empresas transformadoras de plásticos. Pode falar-nos sobre este aspeto?

As empresas que pretendam continuar a ser uma referência dentro de um setor tão competitivo, têm de formar continuamente os seus trabalhadores. O CEP pode ajudá-las neste propósito, fornecendo diversos cursos adaptados às necessidades atuais, combinados com várias modalidades de formação.

As nossas formações podem ser ministradas presencialmente, por videoconferência e, claro, nas instalações das empresas.

Além disso, temos diferentes itinerários de formação para que todos os profissionais possam especializar-se e avançar progressivamente em cada curso que realizem, até atingirem os mais altos níveis de conhecimento do setor.

Pode indicar-nos alguns dos vossos cursos? As empresas portuguesas podem participar neles?

Como referência, alguns dos cursos mais apreciados pelas empresas são os especializados em injeção de plásticos, tanto no nível básico, como no avançado (Scientific Molding). Além disso, também são muito procurados os workshops interativos para análise de defeitos de peças injetadas, os cursos de design de produto ou ainda as formações dedicadas à análise de custos, seja do custo do molde ou da peça fabricada por injeção.

Como temos uma agenda de formação muito ampla, para mais informação recomendamos a consulta do nosso site (www.cep-plasticos.com).

Claro que as empresas portuguesas podem participar nos cursos. De facto, já várias o fizeram e temos algumas inscritas nas próximas formações. Com a formação por videoconferência ao vivo, podem assistir às aulas desde as instalações da empresa, ou desde casa, sem terem de viajar para Espanha.

Nos cursos por videoconferência, enviamos à empresa todo o material didático necessário, bem como uma webcam, um microfone e fones, para que o aluno possa conectar-se à nossa plataforma de formação online sem problemas. No entanto, dado que estes cursos são transmitidos em direto e abertos a todas as empresas, esta formação é dada em espanhol.

Muitas empresas portuguesas transformadoras de plásticos participam em projetos europeus. Em Espanha, várias empresas associadas do CEP também o fazem. Qual é o papel do CEP neste domínio?

O CEP atua como gestor e coordenador dos projetos de inovação apresentados nas diferentes convocatórias, tanto nacionais como internacionais. Colocamos em contato as diferentes empresas, centros tecnológicos ou instituições, realizando a memória técnica descritiva dos projetos e, uma vez aprovados, monitorizamos, justificamos e divulgamos os resultados dos projetos.

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"Nos cursos por videoconferência, enviamos à empresa todo o material didático necessário".

Têm algum tipo de colaboração com associações setoriais portuguesas, como a APIP?

Atualmente não temos nenhum acordo de colaboração assinado com a APIP, embora no passado já tenhamos participado conjuntamente na implementação de um projeto europeu no âmbito do 7º Programa-Quadro. Mas, no CEP estamos sempre abertos a colaborar com todas as entidades, o que nos permite encontrar sinergias, partilhar experiências e realizar as atividades necessárias para melhorar o conhecimento e a competitividade de todas as empresas que compõem o setor dos plásticos e compósitos português.

Como vê o futuro deste setor? Como pode a indústria combater a atual campanha contra o plástico?

O futuro do setor é muito positivo, tanto a curto, como a médio e longo prazo, pois não acredito que, nesta fase, haja alguém que possa realmente conceber um mundo sem a boa utilização de materiais plásticos.

Os materiais plásticos sempre resolveram todos os desafios técnicos enfrentados, melhorando os resultados técnicos e económicos dos produtos que substituíram, ou tornando possível a criação de novos produtos, que até então impossíveis de fabricar com outros materiais.

Não se trata de lutar, trata-se de sensibilizar todos os utilizadores, sem exceção, para o facto de o plástico ser um material relativamente novo e ter vindo para ficar nas nossas vidas. Temos de aprender a viver com ele, dar-lhe uma utilização adequada e, sobretudo, facilitar a sua reciclagem. Basta entrarmos num hospital para percebermos o valor inquestionável deste material que permite salvar muitas vidas todos os dias em todo o mundo, evitando a propagação de vírus ou a transmissão de doenças graças a produtos de utilização única.

São materiais que devem ser integrados cada vez mais num modelo de economia circular, melhorando e otimizando o seu design, permitindo assim que todos os produtos feitos com estes materiais tenham um ciclo de vida mais longo ou possam ser reutilizados e reciclados mais facilmente. Apesar de já terem sido dados passos nesta direção e de muitos plásticos já serem recicláveis, ainda temos um longo caminho a percorrer.

Temos de continuar a apostar firmemente na inovação, no ecodesign e na reciclabilidade em todas as áreas, sem exceção, e não apenas no setor da embalagem e dos produtos de utilização única.

Sem dúvida, o ponto mais importante é estar ciente de que os plásticos estão presentes em todas as áreas das nossas vidas, não apenas nos produtos de uso único, e que, naturalmente, temos de aprender a viver com eles de uma forma muito mais cívica e civilizada do que até agora.

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