A par dos benefícios ambientais, a DECO PROTESTE considera que a redução das embalagens poderá permitir a diminuição de custos do produto, desde a origem até à venda, através da otimização do transporte e do armazenamento de stock – ganhos que se poderão refletir numa descida de preço para o consumidor final.
Elsa Agante, Team Leader de Energia e Sustentabilidade da DECO PROTESTE, afirma que “existem muitos produtos em que as segundas embalagens são completamente desnecessárias porque na verdade não são essenciais ao nível da preservação ou proteção dos produtos e exigem o consumo de mais recursos naturais e de energia na produção, transporte e distribuição, acabando por serem descartados, muitas vezes, mal chegamos a casa”.
Elsa Agante explica que é possível “reduzir os impactos ambientais associados aos produtos que compramos, se trabalharmos junto das marcas para que estas abandonem esta prática e com o governo para que o regule. Será também importante relembrar as marcas que as embalagens excessivamente grandes, que apenas servem para questões de marketing, devem ser abandonadas porque aumentam o impacto ambiental dos produtos”.
A ação exijoforadacaixa.pt possibilita a partilha de exemplos de sobre-embalamento por parte dos consumidores feita através carregamento de fotografias dos produtos em causa no site da iniciativa.
A iniciativa apresenta 10 soluções para mudar o mercado:
1) Trabalhar com as marcas para que otimizem a forma como incluem informação obrigatória no seu produto. Por exemplo, colocar essa informação na embalagem primária ou em rótulos desdobráveis colados a ela.
2) Sempre que possível, eliminar o embalamento de frutas frescas e vegetais frescos, contribuindo para a redução dos resíduos e do desperdício.
3) Otimizar os produtos em embalagens grupadas ou multipack (como iogurtes ou bebidas), criando ligações mínimas entre cada embalagem individual de modo a reduzir a quantidade de plástico ou cartão.
4) Eliminar a utilização de embalagens secundárias em produtos em que não há qualquer valor acrescentado.
5) Banir progressivamente as embalagens que recorram ao uso de diferentes tipos de materiais (por exemplo, embalagens que misturam plástico e papel, como as pen drives e fones). Os produtores deverão optar por embalagens feitas de apenas um material, para facilitar a sua reciclagem.
6) Uniformizar o tipo de embalagens colocadas no mercado, cumprindo as normas de ecodesign definidas para cada tipo de produto, de modo a assegurar que não são usados materiais com impacto negativo na triagem e reciclagem.
7) Adaptar a capacidade de embalagem à quantidade / volume de produto embalado, exceto nas situações em que de forma comprovada seja necessária uma embalagem extra para efeitos de conservação.
8) Possibilitar a venda a granel de produtos sem necessidades especiais de conservação (por exemplo produtos de limpeza e alimentos como café em grão e leguminosas secas).
9) Promover a reutilização de embalagens secundárias e terciárias ao nível de transporte e armazenamento, sempre que for possível.
10) Definir limites mínimos para incorporar material reciclado na produção de embalagens, exceto quando a conservação do produto não o permita.
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