Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa

Agenda de Inovação: ‘Embalagem do Futuro’

Ana Clara26/01/2023

Bruna Mota, Técnica de Inovação da SGS e Gestora de Projeto da 'Embalagem do Futuro', fala em entrevista à iALIMENTAR do projeto ‘Embalagem do Futuro: + Ecológica + Digital + Inclusiva’, integrado nas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, aprovadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A cadeia de valor das embalagens está hoje “profundamente ligada não só a desafios relacionados com o meio ambiente, como também com a transformação digital, como o advento da 4ª revolução industrial”, refere a responsável, que aborda os desafios do setor da embalagem, desde a sustentabilidade, passando pela economia circular e digitalização.

A SGS assume a liderança da criação de uma certificação da Embalagem Sustentável
A SGS assume a liderança da criação de uma certificação da Embalagem Sustentável.

Qual é a importância da embalagem no setor alimentar para a SGS Portugal?

A embalagem possui um papel essencial na promoção, proteção e transporte dos produtos. No caso do setor alimentar, a embalagem garante ainda a conservação de caraterísticas nutricionais durante todo o processo logístico, incluindo a fase de transporte, armazenamento e distribuição dos alimentos. A inexistência de testes, ou a realização de testes inadequados ao design ou incompatíveis com os materiais das embalagens, pode resultar em danos dispendiosos e prejudicar a reputação de qualquer marca. Além disso, o não cumprimento das regulamentações dá frequentemente origem a multas e atrasos. Nesse sentido, a SGS oferece uma ampla gama de soluções de testes e certificação para ajudar os seus clientes no design, revisão e desenvolvimento de embalagens primárias, secundárias e de transporte, já alinhadas com a sustentabilidade.

É a empresa responsável pela certificação da ‘Embalagem do Futuro’, um projeto a desenvolver no âmbito das ‘Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial’, integradas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Como está a correr esse projeto?

O projeto 'Embalagem do Futuro: + Ecológica + Digital + Inclusiva' corresponde a uma das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial aprovadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Esta Agenda pretende contribuir para a resiliência económica e para o desenvolvimento e organização dos recursos materiais, científicos e tecnológicos, estando para isso centrada na temática da embalagem. Desta forma o objetivo do projeto passa pela produção/fabrico e comercialização à escala global de soluções de embalagens mais ecológicas, mais digitais e mais inclusivas, que se materializem em, pelo menos, 20 novos produtos/serviços resultantes de atividades de I&D.

A SGS Portugal não só é membro do consórcio desta agenda, como é líder de um dos seus subprojetos que tem como objetivo desenvolver um esquema de certificação que garanta o desenvolvimento de soluções sustentáveis e competitivas na cadeia de valor da embalagem. Desta forma, podemos dizer que a SGS assume a liderança da criação de uma certificação da Embalagem Sustentável. Acreditamos que esta nova certificação irá permitir a alavancagem dos fenómenos de transição ecológica e digital potenciadores do aumento de competitividade na cadeia de valor das embalagens.

Ao momento, e já definido o modelo de governação do projeto, foi recentemente assinado o Contrato de Consórcio, pelos 89 copromotores, estando agora a serem dados os primeiros passos nos desenvolvimentos técnicos do projeto.

A Agenda Mobilizadora Embalagem do Futuro pretende ser uma resposta às principais prioridades do Pacto Ecológico Europeu. O objetivo é apresentar uma embalagem mais ecológica, mais digital e mais inclusiva

A transição ecológica e digital é cada vez mais um eixo no que à embalagem diz respeito. Como é possível reduzir o impacto negativo da cadeia de valor do setor das embalagens no meio ambiente e como encara a SGS este desafio?

A cadeia de valor das embalagens está profundamente ligada não só a desafios relacionados com o meio ambiente, como também com a transformação digital, como o advento da 4ª revolução industrial. Desta forma, torna-se imprescindível que esta cadeia de valor assuma o compromisso de contribuir para a preservação do ecossistema e consiga, através da digitalização, garantir a sua competitividade e eficiência. Para isso é necessário que, para além do cumprimento de normas ambientais, sejam implementadas outras ações que minimizem os impactos negativos decorrentes da atividade desta cadeia de valor. Como resposta a esta situação, a certificação de Embalagem Sustentável vem fundamentar e garantir que determinadas ações estão a ser implementadas e cumpridas, no sentido de melhorar o desempenho ao nível da sustentabilidade. Este esquema de certificação vai permitir a alavancar os fenómenos de transição ecológica e competitividade na cadeia de abastecimento de embalagens, já que vai ter como base indicadores e requisitos que permitirão avaliar o desempenho de entidades e/ou produtos na diminuição do seu impacto no meio ambiente. Para além disso, e trabalhando a par com a transição digital, um critério inovador desta certificação será a inserção de diversas tecnologias emergentes no processo, como por exemplo o uso da tecnologia de blockchain para endereçar os requisitos da rastreabilidade.

Quais são as grandes metas e prioridades da SGS para a área da embalagem na indústria alimentar em 2023?

A indústria alimentar, bem como a cadeia de valor responsável pelas embalagens destinadas ao acondicionamento de produtos alimentares, tendo em conta os desafios atuais de transição ecológica e digital, estão obrigadas a procurar formas mais eficientes de produzir, transformar e consumir que respeitem os limites ecológicos do planeta. Neste sentido, é prioridade da SGS desenvolver soluções que desempenham um papel de importância crescente para a sustentabilidade e competitividade das empresas e cadeias de valor das embalagens. Para isto, o esforço vai estar direcionado no sentido de se desenvolverem embalagens rastreáveis, identificadas com rotulagem ecológica e proveniente de esquemas de certificação inovadores.

Serão também imprescindíveis esforços que tenham como ambição padronizar indicadores, dados e processos, de forma a permitir a uma transferência assertiva do desenvolvimento de uma cadeia sustentável e digital.

Bruna Mota, Técnica de Inovação da SGS e Gestora de Projeto da 'Embalagem do Futuro'
Bruna Mota, Técnica de Inovação da SGS e Gestora de Projeto da 'Embalagem do Futuro'.

Por fim, que evolução estima que tenhamos no futuro - que se pretende descarbonizado - no que toca a este tema?

Hoje vivemos um momento de transição para um futuro com uma economia neutra em carbono, por via da sua descarbonização, redução do consumo de energia e da promoção de fontes endógenas de energia. É a adoção destes conceitos que irá promover a competitividade da indústria e das empresas. Desta forma, o setor das embalagens, como qualquer outra indústria nos dias de hoje, deve adaptar um comportamento que vá ao encontro das medidas do Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC), que visa a utilização sustentável dos recursos a longo prazo, rumo a um futuro neutro em carbono. Só com uma forte gestão de recursos, a par com uma redução assertiva, sistematizada e organizada do seu impacto é que cadeia de valor das embalagens alcançará a sua descarbonização industrial e empresarial.

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