Folhadela Rebelo, Lda.
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Relatório ‘Plastics - the fast Facts 2023’: a quota dos plásticos circulares está a aumentar

20/11/2023

A Plastics Europe divulgou recentemente dados atualizados sobre a produção de plásticos a nível mundial, numa infografia intitulada ‘Plastics - the fast Facts 2023’. O documento revela que, em 2022, 9,5% dos plásticos processados foram produzidos a partir de materiais reciclados e de matérias-primas de base biológica, um aumento 16 vezes mais rápido em relação aos plásticos de origem fóssil.

Pela análise do documento, vemos que, em 2022, a produção mundial de plásticos atingiu os 400,3 milhões de toneladas (um ligeiro aumento face a 2021). No entanto, o mais notável é que, proporcionalmente, a produção de plásticos circulares teve um crescimento 16 vezes mais rápido do que a de plásticos de origem fóssil, atingindo quase 10% da produção global. Prevê-se que esse crescimento aumente a um ritmo ainda mais rápido nos próximos anos.

Produção mundial de plásticos, em 2022. Fonte: Plastics Europe

Produção mundial de plásticos, em 2022. Fonte: Plastics Europe.

Se restringirmos a análise ao mercado europeu, o panorama da circularidade é ainda mais positivo. A produção de plásticos de origem fóssil diminuiu, enquanto a de plásticos circulares aumentou 29,2 % em relação a 2018, atingindo uma quota de mercado de 19,7 % da produção total de plásticos na Europa em 2022.

A aceleração desta tendência, necessária para concretizar o Pacto Verde e as ambições de circularidade da UE, exigirá um aumento muito significativo da recolha, triagem e reciclagem, bem como um maior acesso a matérias-primas circulares de alta qualidade e a energias renováveis.

Aumenta a pressão sobre os fabricantes europeus

Mais preocupante do ponto de vista europeu, é o facto de o relatório confirmar o crescente fosso de competitividade entre a Europa e o resto do mundo. A quota da Europa na produção mundial de plásticos diminuiu de 28% para 14% em 2022, com a América do Norte e a China a representarem 17% e 32%, respetivamente. Além disso, apesar da procura de produtos plásticos por parte dos consumidores europeus se manter estável, a transformação de plásticos na Europa diminuiu em termos absolutos.

Os produtores europeus estão sujeitos a pressões concorrenciais significativas por várias razões, incluindo os elevados preços da energia, os quadros regulamentares cada vez mais rigorosos e o acesso às matérias-primas.

Produção de plásticos na Europa, em 2022. Fonte: Plastics Europe

Produção de plásticos na Europa, em 2022. Fonte: Plastics Europe.

Se a situação se mantiver, a Europa tornar-se-á cada vez mais dependente das importações, que não cumprem necessariamente as normas de sustentabilidade da UE, para satisfazer a procura de plásticos e atingir os objetivos legais. Este cenário prejudicará igualmente a capacidade de os produtores europeus de plásticos – e de muitos outros setores a jusante, dependentes dos plásticos - investirem na transição para a circularidade e para a neutralidade carbónica. Como consequência, todos estes setores ficarão mais expostos aos choques internacionais.

Os dados do relatório ‘The fast Facts’ confirmam igualmente que a China é o líder mundial no que respeita à produção e reciclagem de plásticos de base biológica, seguindo-se a Europa em segundo lugar.

Para salvaguardar e restaurar a competitividade europeia, os fabricantes de plásticos necessitam de um quadro político favorável que incentive os investimentos e crie condições de concorrência equitativas através, por exemplo, da adoção de um mecanismo equivalente à Lei de Redução da Inflação dos EUA na UE e da criação de um quadro regulamentar harmonizado e coerente no mercado único.

Libertar o potencial da reciclagem química

A produção mundial de plásticos reciclados continuou a aumentar em 2022, atingindo 35,5 milhões de toneladas, ou seja, uma quota de 8,9% da produção global de plásticos. 21% dos reciclados foram produzidos na Europa.

A reciclagem química é essencial para a produção de plásticos reciclados de alta qualidade em quantidade suficiente para aplicações complexas ou com elevados requisitos de segurança, como o contacto alimentar, o setor automóvel e os materiais de construção. Em 2022, a Europa produziu mais de 50% dos plásticos reciclados quimicamente a nível mundial.

A indústria já anunciou investimentos de mais de 8 mil milhões de euros em tecnologias de reciclagem química. Assim, a quantidade de plásticos reciclados através destas tecnologias deverá aumentar significativamente nos próximos anos, desde que os decisores políticos aprovem a regulamentação legislativa destas tecnologias com carácter de urgência.

A Plastics Europe disponibiliza um site dedicado a este tema, com toda a informação disponível acerca dos investimentos anunciados na reciclagem química e do quadro regulamentar necessário para a sua rápida expansão na Europa.

Para uma análise mais abrangente e aprofundada da economia circular dos plásticos na Europa, consulte os relatórios bienais da Plastics Europe ‘The Circular Economy of Plastics: A European Overview’. O próximo será publicado no início de 2024.

Principais dados económicos da indústria europeia de plásticos (2022)1

  • Número de empresas: 53.150
  • Número de trabalhadores: > 1,5 milhões
  • Balança comercial: 9,2 bilhões de euros
  • Volume de negócios: > 400 bilhões de euros

1 Estimativas da Plastics Europe para 2022 - Dados oficiais do Eurostat disponíveis até 2020

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