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Informação profissional para a indústria de plásticos portuguesa

Estudo de mercado de máquinas de injeção 2023

Luisa Santos10/04/2024

Em fevereiro, Leiria voltou a acolher os fornecedores nacionais de máquinas de injeção de plásticos para a terceira edição do estudo de mercado que analisa os dados relativos às vendas destes equipamentos em Portugal, no ano anterior. Uma iniciativa da revista InterPlast que oferece aos participantes informação estatística valiosa para a definição de estratégias comerciais.

O Estudo de Mercado referente a 2023 contou com a participação de 10 empresas, em representação de 12 marcas de máquinas de injeção...
O Estudo de Mercado referente a 2023 contou com a participação de 10 empresas, em representação de 12 marcas de máquinas de injeção.

A edição deste ano do estudo de mercado, relativo a 2023, reuniu no Nerlei 12 das principais marcas com atividade direta, ou através de representante, em Portugal, numa tarde marcada pela boa disposição e partilha.

A maior parte dos intervenientes participa desde a primeira edição, num sinal de confiança na organização do evento, que, graças a um rigoroso protocolo de procedimentos, assegura o total anonimato no tratamento dos dados fornecidos por cada empresa.

Os resultados finais são partilhados apenas com os participantes e contemplam uma análise detalhada do número total de máquinas vendidas em território nacional em 2023 por tipo, tonelagem, mercado de aplicação e zona geográfica. É feita a distinção entre máquinas novas e usadas e entre máquinas europeias e asiáticas. São ainda analisados os dados referentes aos valores de venda dos equipamentos, tendo em conta a mesma distinção.

Marcas de máquinas de injeção participantes no Estudo de Mercado de 2023:

  • Arburg, presente diretamente no mercado nacional
  • Boy e Billion, representadas pela Mapril
  • ChenHsong, representada no evento pela A. Valente
  • Engel, representada pela Equipack
  • Fanuc, representada pela AGI
  • Husky, sem representação em Portugal
  • KraussMaffei, representada pela Folhadela Rebelo
  • Tederic e JSW, representadas pela Inautom
  • Wittmann Group, representada pela Tecnofrias
  • Yizumi, representada pela Jucatec
O Estudo de Mercado de Máquinas de Injeção é realizado anualmente por iniciativa da InterPlast

O Estudo de Mercado de Máquinas de Injeção é realizado anualmente por iniciativa da InterPlast.

2023: um ano de contração, motivada pela estagnação na indústria automóvel

Os dados aferidos no estudo de mercado mostram que, em 2023, se venderam menos máquinas de injeção em Portugal do que no ano anterior, resultado que não surpreendeu os participantes no evento. Tiago Coelho, gerente da Augusto Guimarães & Irmão, recorda que 2023 foi um ano “em que a indústria em geral (e não apenas o setor dos plásticos) viveu um período de correção da cadeia de abastecimento, após dois anos de escassez de oferta, prazos de entrega longos e preços altos. Em 2023 não houve escassez e já não foi necessário manter o nível de segurança de stock dos anos anteriores. Tudo isto levou a uma quebra na procura, especialmente por parte daqueles que fabricam e fornecem componentes”.

Rui Fonseca, sócio-gerente da Tecnofrias, também considera que a estagnação é consequência de uma cadeia de acontecimentos negativos e aponta o dedo à conjuntura difícil dos últimos anos, iniciada com a legislação sobre os plásticos de uso único, a que se seguiu a pandemia e “a instabilidade no panorama geopolítico internacional gerada pela guerra”.

Já Hugo Brito, diretor geral da Equipack, salienta que, em 2023, os seus clientes “não tiveram menos trabalho, mas houve menos projetos novos a virem para Portugal” e, “sem projetos novos, as empresas não crescem e não precisam de comprar novas máquinas”, afirma, referindo-se concretamente à estagnação na indústria automóvel.

De facto, como lembra Rui Folhadela, sócio-gerente da Folhadela Rebelo, “a indústria de plásticos nacional está muito dependente dos mercados externos e, em particular, da indústria automóvel que, como sabemos, está em plena recessão”. Isto fez com que “2023 fosse um ano calmo em termos de vendas de máquinas de injeção, tal como aconteceu em todo o mercado europeu, onde se registaram quebras entre os 30 e os 50%”.

O evento realizou-se no dia 7 de fevereiro, no Nerlei, em Leiria

O evento realizou-se no dia 7 de fevereiro, no Nerlei, em Leiria.

O mau momento do setor automóvel, ainda condicionado por uma certa indefinição em relação ao futuro, é igualmente apontado por Martin Cayre, diretor-geral da Arburg Portugal, e por Jorge Júlio, diretor geral da Inautom, como fator determinante para a diminuição da venda de máquinas de injeção em Portugal.

Apesar das contrariedades referidas, todos os participantes afirmaram que 2023 foi um ano difícil, mas positivo. “Acima de tudo foi um ano de reflexão, de análise e com foco no futuro”, refere Ricardo Reis, gestor operacional na Jucatec, representante da Yizumi.

Hugo Brito acredita que “com o fim do Portugal 2020 e a pouca expressão do 2030, talvez 2023 marque o início de um ‘novo normal’”, e acrescenta que, provavelmente, “vamos ter de nos adaptar a esta nova realidade, de um mercado que tem a dimensão que vimos em 2023, e não a que vimos entre 2018 e 2022”.

A tecnologia como promotora de competitividade

Perante a atual conjuntura, a tecnologia optimizadora de processos pode ajudar as empresas a tornarem-se mais competitivas. No mercado nacional, “os transformadores de plásticos estão a adaptar-se e procuram cada vez mais soluções tecnologicamente avançadas, automatizadas e robotizadas”, garante o responsável pela Inautom, que destaca as “máquinas elétricas e a integração de soluções robotizadas” das suas representadas (Tederic e JSW) como soluções para “uma produção mais precisa e automatizada”.

Por seu lado, Tiago Coelho assinala que, além de avançadas, as novas tecnologias têm também de ser eficientes. “As duas coisas já não podem viver separadas”, diz, referindo que esta é uma preocupação constante da representada Fanuc. “Oferecemos aos nossos clientes a máquina com o menor consumo de energia do mercado, onde podemos obter em tempo real o impacto da pegada de carbono da produção, permitindo-nos ajustar o processo de acordo com a sua otimização. Além disso, oferecemos uma assistência significativa ao operador para manter o processo sob controlo, desde as aplicações mais simples às mais complexas”, afirma.

Momento de 'coffee-break', no intervalo da reunião do Estudo de Mercado, marcado pela partilha de experiências entre os participantes...

Momento de 'coffee-break', no intervalo da reunião do Estudo de Mercado, marcado pela partilha de experiências entre os participantes.

Hugo Brito confirma que “há um interesse crescente por parte dos clientes em conhecer as novas tecnologias disponíveis no mercado, muitas delas desenvolvidas para acompanhar as mudanças na indústria automóvel” e que, de facto, estas são determinantes para o posicionamento internacional da indústria portuguesa. “Estamos cada vez mais longe dos centros de decisão europeus e, por isso, temos de nos diferenciar pelas mais valias tecnológicas”, defende o responsável pela Equipack. De entre as soluções oferecidas pela Engel, destaca os softwares de otimização de processos, como o iQ weight control, iQ flow control e iQ hold control, que “permitem produzir as mesmas peças, com menos rejeitados, menos variações no processo, ou seja, com menos custos, o que torna as empresas mais competitivas”.

Na mesma linha, Martin Cayre ressalta os assistentes de software desenvolvidos pela Arburg, instaláveis nos sistemas de controlo Gestica e Selogica, que “apoiam os utilizadores de máquinas na melhoria da eficiência energética e na obtenção de uma qualidade de produto mais consistente”.

Já Rui Folhadela refere “uma tecnologia que não é muito conhecida em Portugal, mas que tem elevado potencial para ajudar as empresas a aumentar a rentabilidade: o ‘Injection Molding Compounder’ (IMC), um sistema da KraussMaffei que permite ao transformador extrudir e injetar reciclado num único shot. O facto de poder controlar todo o processo em casa, sem ter de recorrer a um terceiro, oferece um retorno direto e imediato ao transformador”.

O evento ficou marcado por alguns momentos de boa disposição

O evento ficou marcado por alguns momentos de boa disposição.

Tanto Hugo Brito como Rui Folhadela concordam que, apesar de estarem “na moda”, as máquinas elétricas não são solução para todas as aplicações. “Há que ter em conta que as máquinas elétricas só são rentáveis até determinada tonelagem. E, mesmo assim, é sempre necessário realizar um estudo caso a caso. Se forem necessários equipamentos extra para, por exemplo, cumprir determinadas velocidades de injeção, uma elétrica pode não compensar”, garante o representante da KraussMaffei.

E se as máquinas forem alimentadas por energias renováveis? Esta é a grande aposta do Grupo Wittmann, que apresentou na Fakuma 2023 um sistema que permite que as suas máquinas funcionem “utilizando corrente continua alimentada por baterias recargáveis por painéis solares”. Para a Tecnofrias, representante do grupo em Portugal, “as soluções sustentáveis e eco-friendly são a grande tendência nos equipamentos de transformação de plásticos”.

Presente no mercado nacional há menos tempo, a marca asiática Yizumi tem vindo a realizar “um esforço para aproximar os seus equipamentos do standard dos equipamentos europeus”, assegura o representante, Jucatec. No que se refere à tendência para as máquinas elétricas/híbridas, Ricardo Reis salienta que, realmente, “a consciência ambiental e o desejo de fazer da indústria de transformação de plásticos uma indústria mais limpa aumentou a procura deste tipo de equipamentos”, mas que o seu futuro vai depender “do custo/beneficio destas alternativas”.

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