Alguns dias antes da Hannover Messe, a igus anunciou um avanço: as chumaceiras de plástico das séries iglidur G, iglidur X e iglidur H, utilizadas em máquinas, sistemas e veículos em todo o mundo, estão agora também disponíveis numa versão sem PTFE. Esta é, sem dúvida, uma ótima notícia para muitas empresas que já estão à procura de alternativas futuras devido à perspetiva de regulamentos PFAS mais rigorosos.
Nos últimos anos, o departamento de I&D da Igus em Colónia tem estado envolvido em várias pesquisas e testes com o objetivo de eliminar o politetrafluoroetileno, mais conhecido como PTFE, das chumaceiras da sua série standard. Depois de termos analisado várias opções, “conseguimos desenvolver uma versão sem PTFE da série iglidur G", diz Lars Butenschön, chefe do departamento de rolamentos iglidur na Igus. Esta é uma inovação de grande significado, uma vez que o iglidur G é um polivalente muito popular na gama de produtos da Igus, utilizado em todo o mundo em áreas como a engenharia mecânica, construção de infraestruturas e automóvel devido à sua elevada resistência ao desgaste e baixos níveis de fricção. Para manter esta versatilidade, dispensando o PTFE, foi necessário um grande trabalho de engenharia: graças a uma análise cuidadosa da formulação, foram mantidas as caraterísticas técnicas que distinguem o material em termos de estabilidade térmica, resistência mecânica e comportamento de contração, como confirmado por testes realizados no laboratório de 4.000 m2 da própria empresa. É aqui que os mais de 60 anos de experiência da Igus com plásticos tribologicamente otimizados compensam.
As substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS) repelem a água, a gordura e a sujidade e podem ser encontradas em centenas de milhares de produtos, como mackintoshes, frigideiras e embalagens descartáveis. No entanto, estes químicos podem ter efeitos nocivos para o ambiente e para a saúde, razão pela qual a Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA) está a ponderar a sua restrição ou proibição. Para as empresas, este novo paradigma implica uma mudança radical. “Muitos dos nossos clientes estão atualmente concentrados em encontrar alternativas à ameaça de regulamentos mais rigorosos sobre os PFAS ou mesmo de uma proibição”, afirma Butenschön.
No caso da Igus, até agora a empresa tem utilizado PTFE - um composto do grupo PFAS - para a auto-lubrificação dos seus rolamentos. O desenvolvimento de materiais alternativos sem este composto químico é, por isso, um passo significativo. “Os clientes estão à procura de rolamentos sem PTFE para poderem ter a certeza de que podem continuar a utilizar os seus produtos no futuro”, sublinha Lars. Neste contexto, a empresa alemã está a dedicar mais recursos à investigação e desenvolvimento com o objetivo de identificar alternativas aos PFASs.
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