Plastics Summit 2025 debate o futuro dos plásticos

O Plastics Summit - Global Event 2025, organizado pela Associação Portuguesa de Indústria de Plásticos (APIP), reuniu mais de 1.250 participantes para um momento de reflexão e debate sobre o futuro dos plásticos e os desafios da sustentabilidade. Sob o lema ‘Rumo a uma Nova Era de Sustentabilidade Responsável e Holística’, o encontro afirmou-se como um dos maiores fóruns globais dedicados à inovação, circularidade e neutralidade carbónica.

O evento contou com a presença da ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, no encerramento, que alertou para vários desafios: “Até 2035, temos de ter na União Europeia apenas 10% dos resíduos produzidos em aterros sanitários. No entanto, os últimos dados indicam que estamos ainda nos 54%.” O objetivo é acabar com a poluição dos plásticos, no entanto, a reciclagem é insuficiente, tendo a Ministra referido que já foi implementado o Plano TERRA e que, em breve, o Governo vai aprovar também um novo Plano de Ação para a Economia Circular, com o objetivo de construir uma economia mais sustentável.

Durante o evento, que decorreu num formato de silent meeting, foram vários os temas que estiveram em destaque, através dos 40 oradores de renome nacional e internacional, das mais variadas áreas e setores da sociedade. Alguns dos temas de destaque foram:

• A Inteligência Artificial, em que se destacou a mais-valia de apoiar os processos com supervisão humana, com uma redução de custos significativa, já que cada vez mais os reguladores europeus estão a pedir mais dados e a sua verificação.
• O papel dos consumidores, uma parte vital da economia, com o poder e o dever de influenciar os mercados, mas, para isso, é importante que haja uma boa comunicação e leis justas e claras para dar poder e capacidade de decisão à sociedade. No entanto, os custos mais elevados não estão acessíveis à maioria dos consumidores, mantendo os prejuízos na saúde dos cidadãos e do planeta.
• Greenwashing apontado como uma das principais ameaças à sustentabilidade, através da promoção de ações falsas e sem evidência científica, escondendo a verdadeira produção dos produtos, que não é segura nem para o ambiente nem para a saúde pública. Por isso, os dados científicos são a única forma de avançarmos para um modelo mais sustentável.
• A burocracia e a legislação são também um entrave à mudança, tendo recebido uma opinião unânime dos oradores: há demasiada legislação na Europa e em Portugal. Para existir esta transição para uma economia circular e sustentável, considera-se que é necessário diminuir a burocracia, implementar a inovação e sustentabilidade em todas as partes do mundo e criar um caminho mais informado para os consumidores.

Além dos quatro painéis de discussão, que tiveram lugar no palco principal, o Plastics Summit – Global Event 2025 contou também com um espaço dedicado à apresentação de 14 projetos, desenvolvidos no âmbito da Agenda Sustainable Plastics do PRR, demonstrando soluções concretas e replicáveis para promover a economia circular do setor. Este ‘palco Sustainable Plastics’ contou, ainda, com a presença e intervenção do Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, Dr. Pedro Dominguinhos.

Do evento resultará um Position Statement, elaborado com o contributo de 116 especialistas, nacionais e internacionais da cadeia de valor dos plásticos – incluindo ONG, academia e decisores públicos – que será posteriormente apresentado na COP30, no Brasil.

Este foi um evento carbonicamente neutro, já que a pegada carbónica foi medida no final do dia e a organização vai compensar este valor. Tal vem reforçar o compromisso climático da APIP e do setor.

Pedro Paes do Amaral, vice-presidente executivo da APIP e diretor executivo do evento, afirma que: “O Plastics Summit – Global Event 2025 destacou-se pela relevância dos temas abordados e pela qualidade das intervenções, reforçando o compromisso do setor com a transição para uma economia mais circular e sustentável. A APIP congratula-se com o sucesso desta edição, que reafirma a importância de manter um diálogo contínuo e informado sobre o futuro dos plásticos – um futuro em que a reflexão se centra cada vez mais na gestão global dos resíduos e não apenas nos plásticos em particular.”

“Este evento destacou-se também pela igualdade de género entre os speakers, pela inclusão de todos os stakeholders e pela promoção da diversidade, pretendendo ser um espaço verdadeiramente representativo de diferentes perspetivas. É fundamental fomentar mudanças de comportamento, individuais e coletivas, que nos permitam alcançar uma verdadeira eficiência na gestão e no tratamento dos resíduos” conclui.