A IFS apresentou o relatório ‘State of Service 2025: Manufacturing Transformation Report’, elaborado em colaboração com a Accenture, que analisa a situação do setor industrial com base nas opiniões de mais de 800 altos cargos. O estudo, publicado em novembro de 2025, conclui que a inteligência artificial (IA) industrial está a sair da fase piloto e a ganhar escala, e que os serviços se consolidaram como um eixo estratégico para o crescimento empresarial.
O estudo detalha um setor em plena transição, impulsionado tanto pelos avanços tecnológicos quanto pela evolução das expectativas dos clientes. 63% dos fabricantes priorizam a infraestrutura em nuvem e tecnologias emergentes como IA, Internet das Coisas (IoT) e realidade aumentada (RA) para garantir o crescimento futuro. No entanto, observa-se uma diferença significativa na adoção da IA: enquanto 96% já a utilizam na prestação de serviços, quase três quartos (75%) ainda não a estenderam a todas as suas operações. Apenas 28% dos fabricantes experimentaram o uso da IA, o que reflete que persistem desafios como a governança da qualidade dos dados, a cibersegurança, a privacidade e a integração com sistemas legados. Superar esses desafios é crucial para aproveitar o valor da IA na otimização das operações e na tomada de decisões preditivas em tempo real.
A servitização confirma-se como um motor de crescimento, com 39% dos inquiridos a considerá-la um elemento-chave para impulsionar os lucros a longo prazo. Neste sentido, Mark Moffat, diretor executivo da IFS, afirma que “94% dos fabricantes afirmam que os novos modelos de serviço já estão a ter um impacto nas operações”. Por sua vez, Gert Müller, responsável pela gestão inteligente de ativos para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA) da Accenture, sustenta que “atualmente, a fabricação consiste em inovar mais rapidamente, otimizar de forma mais inteligente e prestar serviços com inteligência. O serviço atingiu um ponto de inflexão: já não é uma função de apoio, mas sim a primeira linha da vantagem competitiva”.
Segundo Gonzalo Valle, gerente de pré-venda da IFS, “o relatório também aponta que a IA industrial e a sustentabilidade estão a redefinir a forma como os fabricantes competem, operam e geram valor, destacando a necessidade de agir rapidamente para aproveitar as oportunidades que esta nova era industrial oferece”. De facto, a sustentabilidade é uma prioridade estratégica para 97% dos fabricantes. 79% já monitorizam as emissões produzidas pelos seus serviços e 37% fazem-no em tempo real. As empresas estão a adotar a economia circular através de componentes recondicionados, otimização de rotas e manutenção preditiva para reduzir o desperdício e aumentar o ciclo de vida dos ativos.
Em termos de resiliência operacional, 95% dos inquiridos foram afetados por interrupções na cadeia de abastecimento durante o último ano, mas apenas 32% se sentem ‘muito confiantes’ na sua capacidade de gerir essas perturbações. Este panorama é agravado pela intensificação da escassez de mão de obra, relatada por 98% das empresas. Para enfrentar esta situação, os fabricantes estão a impulsionar a formação e o desenvolvimento da força de trabalho através de academias internas, plataformas de aprendizagem digital, parcerias académicas e automação seletiva, com o objetivo de se adaptarem a um futuro mais centrado nos serviços. O relatório sublinha que a implementação bem-sucedida da IA, a incorporação de novos modelos de serviço e a abordagem dos desafios relacionados com a mão de obra e a sustentabilidade definirão a próxima era da competitividade industrial.
A servitização é considerada por 39% dos inquiridos como fundamental para impulsionar os benefícios a longo prazo.
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